A Polícia Militar de São Paulo lançou a chamada “Operação Impacto” em Paraisópolis no dia 27 de junho. A operação ocorre um dia antes da 4° audiência dos 13 policiais militares envolvidos no massacre de 9 jovens que ocorreu na mesma favela em 2019. Moradores denunciam que a nova invasão à favela é uma tentativa de intimidar as mobilizações populares pela punição dos assassinos.

A operação levou a tropa de choque e cães farejadores para a comunidade e envolveu buscas domiciliares sob a alegação de “combate ao tráfico de drogas”. Objetivamente, a mobilização de tropas dificulta a articulação dos moradores que planejam, para o dia 28/6, uma manifestação em frente ao Fórum Criminal de Barra Funda, às 12 horas.

Desde o início do julgamento dos policiais envolvidos na chacina, as ações policiais se tornaram mais ostensivas em Paraisópolis. Diversas operações foram deflagradas na comunidade e em uma delas uma criança foi baleada na cabeça pela PM-SP. Os policiais foram flagrados alterando a cena do crime para não serem incriminados.

O de Paraisópolis ocorreu durante o baile funk DZ7, realizado na própria favela. Policiais que rondavam a festa encularraram os participantes do baile nos estreitos becos da comunidade e dispararam tiros e bombas de gás. Os jovens morreram asfixiados, com os pulmões incapazes de realizarem movimentos básicos. Familiares dos assassinados denunciam ainda que eles foram espancados pelos policiais.

Até hoje, não está claro o motivo que os PMs estavam no baile, ainda mais que o rádio dos policiais ficou em silêncio por 21 minutos.