O Google continua comprometido em combater a pirataria online. Em uma carta recente ao Escritório de Patentes e Marcas Registradas dos Estados Unidos, a empresa afirma ter bloqueado centenas de milhões de URLs antes que elas aparecessem no mecanismo de busca. Essas remoções preventivas fazem parte de uma estratégia mais ampla que também lida com anúncios de pirataria de streaming que ainda não ocorreram.

r/pirataria - O Google proativamente baniu centenas de milhões de URLs 'piratas' no ano passado

Via Google Brasil

De acordo com a legislação atual do DMCA, os serviços de Internet sediados nos Estados Unidos são obrigados a remover links infratores, caso um detentor de direitos autorais faça uma reclamação.

Este processo protege esses serviços de responsabilidade direta. Nos últimos anos, houve muita discussão sobre a eficácia do sistema, mas ele continua sendo uma prática padrão.

O Google sempre afirmou que o DMCA funciona bem. No entanto, diante das críticas dos detentores de direitos autorais, a empresa adotou uma variedade de medidas adicionais contra a pirataria em diversos serviços, ao mesmo tempo em que destaca que os detentores de direitos autorais têm um papel fundamental a desempenhar.

A Visão do Google sobre a Pirataria

Há alguns dias, o Google reiterou essa posição. Em resposta à consulta do Escritório de Patentes e Marcas Registradas dos Estados Unidos (USPTO) sobre futuras estratégias e políticas de combate à pirataria, o Google enfatiza que a disponibilidade de conteúdo legal é fundamental.

“Há mais de duas décadas, temos observado que a demanda do consumidor não atendida é um dos principais impulsionadores da pirataria. Se a demanda não é atendida por meio de fornecimento legítimo, os usuários buscarão conteúdo pirata. É por isso que uma das melhores maneiras de combater a pirataria é oferecer alternativas melhores, mais convenientes e legítimas”, escreve o Google.

Com o YouTube Music e o YouTube TV, o Google ajuda no lado da oferta. Ao mesmo tempo, a empresa também ajustou seu mecanismo de busca para direcionar as pessoas para longe da pirataria.

Assim como todos os outros provedores de serviços online, o Google processa notificações de remoção DMCA. Quando os detentores de direitos autorais encontram um link para conteúdo pirateado nos resultados do Google, eles podem denunciar a URL e solicitar sua remoção. Isso ocorreu sete bilhões de vezes na última década.

Isso não significa que o Google realmente removeu tantos URLs do seu índice de pesquisa. Como já foi relatado anteriormente, o Google também suporta “retiradas preventivas”, o que significa que ele bloqueará os URLs denunciados antes que sejam indexados pelo mecanismo de busca.

Essas remoções preventivas garantem que os detentores de direitos possam denunciar o conteúdo antes que o Google o identifique. Isso não é exigido pelo DMCA, mas os detentores de direitos utilizam em massa essa funcionalidade.

Na carta do USPTO, o Google revela que em 2022, mais de 40% das remoções enviadas através do formulário da web eram para conteúdo que ainda não havia sido indexado.

A pesquisa aceita avisos para páginas da web que nem sequer estão indexadas no momento do envio. No entanto, bloquearemos proativamente tais páginas da web para que não apareçam nos resultados da nossa pesquisa e aplicaremos esses avisos ao nosso sinal de redução.

“Em 2022, mais de 40% das mais de 680 milhões de URLs que recebemos por meio do nosso formulário da web não estavam no nosso índice de pesquisa e, portanto, nunca apareceram nos resultados da nossa pesquisa”, diz a carta.

Esse percentual, que não é relatado no relatório de transparência do Google, mostra que as remoções “preventivas” são bastante populares. Curiosamente, o mecanismo de busca vai além, pois também aceita notificações de remoção por pirataria que ainda não ocorreu.

Para transmissões populares ao vivo, como o Super Bowl, eventos do UFC e partidas de futebol da Copa do Mundo, os piratas frequentemente criam sites com antecedência para anunciar suas transmissões não autorizadas. Agora, os detentores dos direitos autorais podem tirar esses sites do ar antes que a transmissão comece.

“Os detentores de direitos têm a capacidade de nos notificar antecipadamente sobre páginas da web que anunciam que irão transmitir ilegalmente um evento ao vivo no futuro”, escreve o Google.

Todos os URLs com direitos autorais que os detentores de direitos relatam são adicionados a uma lista de pontuação. Os sites que são frequentemente alvo são ativamente rebaixados nos resultados de pesquisa, tornando-os menos visíveis para o público em geral. De acordo com o Google, isso funciona bem.

“Nossa experiência mostra que os sites rebaixados perdem em média 89% dos cliques provenientes da Pesquisa. Além desses esforços, tornamos muito mais difícil para os sites evitarem o rebaixamento redirecionando as pessoas para um novo domínio”, escreve o Google.

A carta completa também inclui outras medidas que a empresa tomou para combater a pirataria. Embora não mencionado explicitamente, o Google parece satisfeito com a situação atual e não tem propostas concretas de combate à pirataria para o futuro.

Dito isso, o Google enfatiza que está comprometido em investir em novas ferramentas e processos para combater o desafio em constante evolução da pirataria.

Uma cópia da carta completa do Google para o Escritório de Patentes e Marcas Registradas dos Estados Unidos está disponível aqui (pdf)

Fonte original: Torrent Freak

Post feito por u/Dreadwhole

  • bcpiol@lemmy.eco.br
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    2 days ago

    O chrome começou a reclamar pra mim sobre eu ter o bloqueador de anúncios no youtube e não me deixou mais ver. Tive que desinstalar e começar a usar o M$ Edge.

  • felipesiles@lemmy.eco.br
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    1 year ago

    Queria que eles tivessem toda essa proatividade para combater notícias falsas, negacionismo e discurso de ódio.